quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Nunca é tarde para recomeçar

          Vou começar o ano de 2013 contando uma história que à princípio pode parecer triste, mas olhando para a frente, e é para frente que se anda, o aprendizado e as lições tiradas dessa história podem ser compensadoras.
Imagem Google
          Sandra viveu um mundo de sonhos e de fantasia. Sim, porque quem forma um mundo com regras próprias, ignorando a existencia daqueles que o rodeam, não está com os pés totalmente fincados no chão. E sua vida era assim: - vivia com seu marido e três filhos. Casou muito nova, com seu primeiro amor, seu primeiro homem e seu primeiro tudo. Sempre teve sua vida conduzida por ele, passando anos de sua vida sendo reprimida nas suas mais simples vontades. Foi impedida de estudar, um de seus maiores sonhos. Primeiro por causa da chegada dos filhos, depois pela proibição do marido. Só saia acompanhada por ele, evitava cumprimentar homens, até mesmo em eventos, como um casamento. Se teimasse, era um motivo para birras por parte de seu marido. Pior que isso, ele não brigava, não falava nada, simplesmente se trancava. Ela já o conhecia o suficiente para saber o motivo daquele silencio. Nunca saiam com outras pessoas, nem mesmo irmãos dele ou dela. Viviam assim, isolados em seu mundo, só eles e os filhos. Quando arranjavam amigos, estes logo se afastavam quando percebiam a forma como viviam. Ela achava que aquilo era normal, que ele agia assim por ciume e por amá-la. Apesar de não poder fazer muitas coisas que tinha vontade, Sandra se sentia feliz ao lado daquele homem e por muitos anos viveu assim. De vez em quando queria reagir, sentia-se sufocada, tentava mostrar a ele que ela tinha seus sonhos, que não tinha nada demais estudar, trabalhar, fazer caminhadas e outras coisas que qualquer pessoa que viva de uma forma normal faz. Mas ele era taxativo, não aceitava diálogo nesse sentido. Sua mulher tinha que andar ao seu lado e ao lado de seus filhos e tinha que agir de acordo com o seu conceito de moral. Seus filhos cresceram, casaram e se foram...seu marido também se foi! E agora?
Imagem Google
          Eu fui uma das poucas amigas que resistiram àquele estranho relacionamento, ouvia suas queixas e sua insatisfação por causa das atitudes do marido. Mesmo assim ela não queria perdê-lo, só queria que ele a compreendesse, apesar de tudo era um bom marido e um bom pai, não deixava faltar carinho, comida, roupa e tudo o que ela precisasse. Mas o amor que ele disse que sentia acabou no momento em que ela começou a insistir em estudar, a sair daquele isolamento em que viviam, a querer caminhar com suas pernas. E ele foi radical, disse a ela que a deixaria, que já não sentia mais nada. Nem amor, nem tesão! Será que isso era amor? Ele dizia que sim,  Mas que raio de amor é esse que só existiu enquanto ela o obedecia, enquanto ela vivia só para ele, seus filhos e em seu mundinho? Aquele ''amor'' que parecia estar acima de tudo e de todos acabou. Todos que conheciam a história daquele casal ficaram perplexos, acabou mesmo!
          Agora Sandra tem que aprender a viver sem aquele amor que acreditava ser inabalável, verdadeiro e único. Ainda viveram quase dois anos morando na mesma casa, mas separados. Seu presente de fim de ano foi um adeus! As lágrimas acabaram. Não há mais conserto para seus erros, sim, porque ela também os cometeu, é humana. Agora está só, reunindo forças para encontrar seu chão. Se apoiando em Deus e nas poucas amigas que restaram. Voltou a estudar e tem ouvido conselhos para que olhe para a frente. É uma nova vida que ela vai ter que se adaptar. É como se estivesse acabado de nascer, onde vai crescer e aprender a caminhar sozinha. Nada fácil, mas nada impossível também. Muitas vezes as pessoas que amamos passam em nossas vidas, mas as lições ficam.

5 comentários:

  1. Oi amiga, tudo bem? Vim visitar teu blog e aproveito para dizer que voltei a postar em meu blog. Convido-te a fazer uma visitinha, pois estás fazendo muita falta. Aguardo-te. Abraços do amigo Bicho do Mato.

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  2. Olá querido...obrigada pela visita e seja bem vindo novamente ao mundo da escrita.

    Abraços

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  3. Obrigado, amiga, pela visita e comentário, volte sempre. Respondendo sua pergunta: Sim, tudo o que escrevo é baseado na realidade e direcionado a alguém. Certa vez, ouvi o grande poeta João Cabral de Melo Neto dizer, em um programa de TV gravado há muitos anos, a seguinte frase: "...um sujeito que nasce com aptidão para usar as palavras, o mínimo que ele pode fazer é dizer a verdade." Portanto, tento escrever o mais próximo possível da realidade, pois, o máximo que um poeta consegue fingir, é quando "finge que é dor, a dor que devera sente." Mais uma vez obrigado, voltarei em breve, também te aguardo mais vezes. Ótima semana pra você. Abraços do amigo Bicho do Mato.

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  4. Obrigada pela visita! Te desejo uma semana de muita luz e sabedoria.
    Abraços.
    Valdete Cantú

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  5. Por nada querida! Desejo o mesmo para você.

    Abração

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