É comum encontrar-mos na feira do Ver-O-Peso, em Belém do Pará, olhos de botos, secos, que são usados como amuletos. Uma prática não muito saudável, mas que faz parte da cultura de algumas regiões do Pará e Amazonia. Agride os princípos de preservação dos animais, levando-nos a pensar até que ponto se deve divulgar esse hábito. Se diante da mente daqueles que usam e aderem é uma coisa tão natural? Se é fruto de ignorancia e do medo do desconhecido, do sobrenatural. Como condenar a prática daqueles que sequer tem acesso à informações? Se cresceram acreditando naquilo que lhes foi apresentado até o momento de seu maior entendimento das coisas da vida?
Os botos são caçados, os olhos arrancado e usados como amuletos! Para muitos, é um massacre! Para eles é a esperança de bons acontecimentos em suas vidas, é proteção contra as coisas ruins. Mas muitos são conscientes, eles não! Fazer o que? recriminar? Repreender?
Cultura é raiz e tudo que está enraizado não se arranca do dia para a noite. Não se pode arrancar aquilo em que uma determinada comunidade acredita. Mas se pode educar! E isso é um processo a longo prazo que requer paciencia, confiança e um projeto sério.
Enquanto isso, presenciamos o massacre de um grande número de botos indefesos, dos quais são tirados os olhos e orgãos sexuais. Ambos usados como amuletos. A informação e conscientização quanto a extinção desses animais é fundamental para que essa prática um dia chegue ao fim e esses animais possam viver em paz.